CENSURA OU INTIMIDAÇÃO? – ANTES
QUE A AMMA CHEGUE NO JORNAL PEQUENO!
Impossível
esquecer do período de exceção neste país em que jornais , revistas e a
imprensa em geral sofriam censura regular e sistemática por órgãos
governamentais repressivos da época.
Historicamente
não havia a mínima possibilidade dos censurados e oprimidos buscarem defesa ou proteção perante o Poder
Judiciário. Concretamente a JUSTIÇA representava o Estado de Direito, a garantia
democrática do cidadão, onde eram pautadas e
dirimidas em forma de decisões as questões que envolviam limites e ou
violações de direitos.
Todavia,
os tempos hoje são outros. É
inacreditável compreender que no Estado do Maranhão, precisamente na
capital São Luís, uma organização do
Poder Judiciário de natureza privada tem o condão de VIOLAR, através da
INTIMIDAÇÃO O LIVRE DIREITO DE
EXPRESSÃO, utilizando um artifício que confunde o destinatário da intimidação
que ao certo não soube se estava
tratando com a JUSTIÇA ou com FUNCIONÁRIOS ORGANIZADOS DA JUSTIÇA.
O
exemplo claro foi uma entrevista gravada deste signatário e presidente do SAMA
- SINDICATO DOS ADVOGADOS DO ESTADO DO MARANHÃO, para ir ao ar no domingo
passado (14/05/17), às 10 horas, no Programa ''ENTREVISTA COM MOREIRA SERRA'',
na TV CIDADE, afiliada da RECORD. A matéria foi censurada pela direção por
''intimidação'' da AMMA - ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DO MARANHÃO, composta
somente por juízes de direito.
A
atitude da AMMA soa um tanto espantosa, agressiva e atípica às suas reais finalidades. Surge
como um verdadeiro golpe com tiro no pé. Ou não? mas foi! alguns hão de indagar: os rebeldes
estavam com canhões, baionetas ou tanques de guerra ? era uma revolução de toga? não, não e não.
Os
prédios da justiça maranhense foram
utilizados para a batalha? e os
veículos oficiais? e o papel timbrado do órgão? nada disso foi usado. Somente a
entidade privada (associação) composta de magistrados que se confunde com a
instuição a que pertencem (AMMA). Mas esses sócios julgam os processos de todo mundo no Estado
do Maranhão. E daí?
O
arsenal bélico utilizado para a CENSURA
foi uma ''simples carta'' com o timbre da ''poderosa'' ASSOCIAÇÃO
DE CLASSE (AMMA) e endereçada a um dos proprietários da TV CIDADE,
retransmissora da RECORD em São Luís do Maranhão na última sexta-feira. Dois dias antes do programa ir
ao ar.
A
direção da emissora achava que o documento era do JUDICIÁRIO. A TV CIDADE deve ter algumas demandas nas
instâncias do tribunal local. Mas a
emissora não se intimidou com a ''carta''. Mas o programa não foi ao ar.
Mas
afinal o que tinha na carta da AMMA?
NINGUÉM SABE A NÃO SER OS DESTINATÁRIOS. O conteúdo teve sinais de alerta ou de
ameaça velada? porque o programa do Moreira Serra não foi para o ar com a
entrevista de - Mozart Baldez ?
Mas o que é a AMMA na verdade ? uma ASSOCIAÇÃO
DE MAGISTRADOS DO MARANHÃO que congrega tão somente juízes de direito. Isso mesmo. Julgadores de
todo o Estado. Seria alguém capaz de desafiar a AMMA no Maranhão?
Ora,
invocar agora o período de exceção
recentemente vencido com a abertura política, só seria possível se os
repressores fossem os mesmos órgãos da ditadura. Não é o caso. Mas o que causa espécie é que o órgão que intimida e tolhe a
liberdade de expressão no Maranhão e
contra advogados (as) é uma ASSOCIAÇÃO DE MAGISTRADOS.
Mas será que uma entidade privada (Associação
de Magistrados) tem legitimidade e poderes para em nome dos seus sócios sem a
realização de uma assembleia geral mandar uma CARTA INTIMIDATIVA para um órgão de imprensa a ponto do seu
proprietário se apequenar e mexer na sua grade de programação de um final de
semana prejudicando interesse de patrocinadores ? a desproporção tomou caráter,
sim, de intimidação. Intimidação é conduta típica de quem se sente poderoso(a).
O
que tinha de tão importante nessa entrevista que não poderia ser mostrada para
ser censurada? talvez as duras críticas que este sindicalista proferiu em forma
de denúncia ao povo do Maranhão, em
razão das decisões equivocadas e nefastas das juízas da 16ª Vara Cível da
Comarca de São Luís do TJMA, Alice Prazeres Rodrigues, titular e Lorena Brandão, substituta, que culminou
com a retirada do HOME CARE da Empresa São Luís, que assistia o menor Luis
Guilherme o GUIGUI, na residência dos
seus pais advogados Moreira Serra Junior
e Will Ferreira.
O
menor por conta da negativa dos pedidos feito à CASSI - Caixa de Assistência
dos Funcionários do Banco do Brasil para que arcasse com o pagamento do HOME
CARE, foi transferido para a UTI do
Hospital São Domingos, onde teve seu estado de saúde agravado por conta da
inadequação do ambiente para pessoas especiais como ele. Tudo isto importou no
agravamento do seu estado de saúde acabando por contrair bactérias TERRÍVEIS.
Na
entrevista foi dito que o Desembargador Guerreiro Junior, em 24 horas enxergou
o direito do menor no mesmo processo, sem remendo, em que as julgadoras de
primeira instância fulminaram o pedido inicial. Guerreiro fundamentou a decisão
citando as folhas das provas do processo. Ao contrário das duas juízas e de vários assessores juízes (as) da Corregedoria
Geral de Justiça que patrulhavam a audiência mas pelo visto não auxiliaram na prática da justiça. Toda
essa aflição resultou em sérios
prejuízos ao menor enfermo.
Foi
denunciado ainda no programa censurado o
forte aparato policial que foi disponibilizado na sede do Fórum Desembargador
José Sarney, no Calhau. A começar pela polícia de choque que estava no estacionamento, no dia
da audiência de conciliação de GUIGUI (09/05/17 , às 15 horas). Os policiais
portavam até coletes à prova de balas e exibiam
pistolas PONTO QUARENTA, sem que houvesse qualquer justificativa no meio
de crianças, adolescentes, idosos e advogados(as), numa atitude que intimidou
não só os jurisdicionados como envergonhava
a todos que ali se achavam presentes.
Todo
o espetáculo deprimente contou, pasmem, com a aquiescência de vários juízes e
assessores da Corregedoria Geral de Justiça que estavam presentes na anti sala
da audiência e da Juíza Lorena que não tomou nenhuma providência. O Diretor do
Fórum Bofim até agora não se pronunciou e nem oficializou a apuração de tais
irregularidades. Pelo contrário, um dos policiais ameaçador encontra-se trabalhando
no prédio do Forum normalmente. Faz de conta que na nada aconteceu na Casa da
Justiça onde é o comandante. Nenhuma satisfação deu até agora para a população
do Maranhão que tomou conhecimento do fato pelas redes sociais.
A
representante do Ministério Público presente na audiência foi comunicada do
fato já que este signatário foi acintosamente ameaçado por um PM em serviço. O
mundo inteiro viu. Mesmo consignando em
ata ela não tomou até agora qualquer providência como se o Maranhão fosse terra
sem lei porque sem justiça já o é.
Outro
dia nos Estados Unidos uma juíza foi testemunha de um advogado pelo fato deste
haver sido ameaçado em plena audiência que presidia por um promotor. Esse
profissionalismo é que infelizmente não encontramos aqui. Isto é que dignifica
a JUSTIÇA e não essa conduta lamentável desses magistrados.
O
SAMA vai efetivamente denunciar todo o ocorrido às autoridades
competentes , assim como estranha o fato da AMMA agir livremente no âmbito do
Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão , como se instituição pública da
justiça fosse, confundindo a opinião pública e o pior, utilizando prédio
público, mantido pelo contribuinte, sem
que se tenha conhecimento de como se oficializou essa ocupação como sede e suas
efetivas parcerias. No mesmo sentido este signatário não entende como um
funcionário público que não tem direito a liberação de ponto pode ausentar-se do serviço para
prestar serviço a uma entidade de natureza não pública que defende interesse
particular de magistrados.
MOZART BALDEZ
Advogado
Presidente do
SAMA – SINDICATO DOS ADVOGADOS DO ESTADO DO MARANHÃO
OABDF 25401 e
OABMA 9984/A
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