sábado, 30 de setembro de 2017

A corrida pela senatória no Maranhão: jogo duro e detalhes definem a eleição

As duas cobiçadas vagas para a representação majoritária de senador do Maranhão vem agitando as ambições dos pretendentes, desde a proclamação do resultado do último eleito como representante do Estado, o Senador Roberto Rocha. Este, todos sabemos, contou com a decisiva força eleitoral e influência política de Flávio Dino, então candidato ao governo estadual, pois, havia uma polarizada disputa com o candidato do outrora grupo governista, Gastão Vieira, que, não fosse a conjuntura local do momento, que indicava o forte interesse da população em alterar os rumos e o direcionamento políticos do Maranhão, com o candidato Flávio Dino sendo esse fio condutor dessa necessária alteração, portanto, influenciando também no outro segmento da eleição majoritária; o candidato sarneista seria o vitorioso.

O conjunto das possíveis candidaturas ainda não está totalmente formado. Mas os nomes de mais fácil visibilidade política já estão desenhando o começo do que será esse cenário eleitoral para a escolha dos futuros senadores do Maranhão, havendo pouca chance de aparecer aquilo que se denomina de fenômeno eleitoral, ou seja, uma candidatura que possa suplantar a força de nomes que já frequentam a ambiência da política no dia a dia.

Os senadores João Alberto e Edson Lobão, não querem assumir a postura de pretendentes, mas são candidatos, e vão costurando as articulações nesse rumo, com a digital do ex-senador Sarney, que igualmente vai tentando, no caladinho, se viabilizar no Estado do Amapá para outro mandato no Senado da República. 

Deputados Federais estão se colocando à assembleia dos pretendentes, como Weverton Rocha, Sarney Filho, José Reinaldo Tavares, Waldir Maranhão e Eliziane Gama.  Neste ensaio, certamente, poderá ocorrer desistências vountárias e também a saída forçada de alguns desses nomes colocados, por questões que integram o arco das sutilezas do jogo político, sobremodo, quando se trata de eleição majoritária, onde o jogo é duro e os detalhes são preponderantes para o desfecho do sucesso eleitoral.

Pesquisas dos institutos locais, em aferição acerca das pré-candidaturas existentes até agora, apontam exatamente o momento vivido e vivenciado pelo eleitor brasileiro: falta de credibilidade e desesperança na categoria dos políticos. Logo, o espaço maranhense, objeto das pesquisas para a senatória, também se posicionou seguindo a tragédia da descrença, e até mesmo da criminalização da política. Portanto, nenhum nome dos postulantes ao Senado apresentou uma performace singular que possa garantir-lhe a desejada eleição. Os percentuais apurados, seja qual for o instituto, indicam que o eleitorado ainda não tem candidato a senador.

Essa realidade nos remete a considerar, sim, a pouca chance de aparecer aquilo que se denomina de fenômeno eleitoral, todavia é algo muito difícil de ocorrer em plaga maranhense. As últimas experiências nesse laboratório indecifrável dos fenômenos (Haroldo Saboia e Bira do Pindaré), deixaram a marca consistente da força da máquina influenciando decisivamente na eleição para Senador do Maranhão, aliada ao tear do tecido de detalhes sutis que consagraram os candidatos do vetusto grupo político comandado pelo ex-Presidente e Senador José Sarney.

Para o atento em espetise na política maranhense, um interessante detalhe se faz perceber nas passadas que dá o deputado federal José Reinaldo Tavares. Desafeto do seu mentor e pai na política, mas muito amigo do deputado federal  Sarney Filho, Tavares tem se reaproximado de todos os amigos dos quais havia se distanciado e, com isso, até a ex-governadora Roseana Sarney já recebeu beijinhos de José Reinaldo.
  
Ao que se pode constatar, o deputado José Reinaldo Tavares não será um dos candidatos do governador Flávio Dino ao Senado. E, se isso se materializar, o já está com o pé na estrada, ombreado com Sarney Filho, pavimentando o caminho de uma campanha da dupla de velhos amigos.

Um, ex-ministro, ex-governador e deputado federal, portanto, conhecido em todo o estado, facilidade para uma campanha de senador. O outro, deputado federal uma vida. Logo, reúnem iguais vantagens numa caminhada eleitoral onde, ser conhecido do eleitor, antecipa pontos positivos em relação àqueles que, só agora, inflam seus balões de oxigênio que poderão, ou não, chegar a uma altura considerável nesse processo.
 

Algo, como tudo na arte política, que não deve ser desconsiderado, inclusive, os riscos que isso pode gerar para a reeleição do governador Flávio Dino. E, se reeleito, o perigo de ficar refém a partir da Tribuna do Senado, tendo que negociar com uma representação majoritária completamente distinta da sua orientação política. Lembremo-nos de que o Senador Roberto Rocha já é o primeiro dessa bancada indesejável ao governante que busca a sua reeleição.

Petrônio Alves
Advogado - OABMA 5346
Jornalista - 1639/MA

terça-feira, 12 de setembro de 2017

As muitas dúvidas das poucas certezas de um governo à deriva

É impressionante o volume dos acontecimentos no espaço público da política brasileira no atual cenário de constantes descobertas de focos de corrupção, por meio da Lava Jato, com a firme atuação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal nas ações investigativas, e da Justiça Federal fazendo com que os réus de todas as categorias sentem nos bancos das varas, com as prisões de criminosos ardilosos e malfeitores que marcaram pontos significativos na história recente do Brasil, como líderes políticos oriundos dos mais diversos segmentos sociais, com destaque para os setores sindicais de trabalhadores e empresariais. 

As gravações, até então desconhecidas, em que Joesley Batista faz colóquios comprometedores com seu parceiro de empresa, sugerindo um verdadeiro descalabro nas instituições brasileiras por conta de sua atuação como empresário forte que compra e vende bois, e por isso pensava que conduzia a boiada de Brasília sem a bitola da vigilância social, foram decisivas para se alterarem algumas pedras no tabuleiro do governo do Sr. Michel Temer, uma vez que contava com um ligeiro esfriamento na elevada temperatura de seu envolvimento e de membros do governo com o devastador fenômeno da corrupção incrustado na máquina pública e nas empresas de domínio estatal, porque conseguiu vencer a luta no Plenário da Câmara dos Deputados ao barrar a denúncia do MPF levada ao Supremo Tribunal Federal, e este a enviou ao Parlamento por exigência constitucional.

Essas gravações trouxeram mais agonia para os plantonista do poder central, porque o delator Joesley Batista diz possuir outras tantas que não foram objeto de negociação com o Ministério Público Federal, para que auferisse os benefícios previstos nesse instituto jurídico de discutível caráter moral. Mesmo nesse turvo ambiente, os aliados do governo tentam descaracterizar a legalidade das provas colhidas a partir das delações dos empresários do Grupo JBS, afirmando a inconsistência de uma futura denúncia. E assim vão salvando o Sr. Temer do cadafalso que se avizinha.

Não bastando esse Irma que circunda a vida do fragilizado governo brasileiro, eis que surge a figura do Gedel Vieira Lima, que até recentemente era Ministro do Sr. Michel Temer,  acondicionando em um apartamento, perto de sua residência em Salvador, uma quantia de dinheiro em valores acima de 51 milhões de reais, certamente que derivados de propinas  da corrupção, fato que vem aguçar ainda mais as dores de cabeça do dirigente mais impopular da história da nação.

Daí virem as muitas dúvidas das poucas certezas do que será o caminhar desse tresloucado governo até o seu final, cuja marca da ilegitimidade, e o selo do golpe do qual resultou, confirmam a sua pífia aceitação popular que se arrasta às margens do zero, junto à direita desqualificada, que deseja transformar o país no laboratório das maldades contra os desprovidos de organização para o enfrentamento direto com essas frentes preconceituosas.

Petrônio Alves
Advogado OABMA 5346
Jornalista - Registro 1639/MA.

Enquanto houver Democracia, o Judiciário é a esperança

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