Cansados de esperar por iniciativas dos comandos e do
Ministério da Defesa para que consigam reajuste de seus salários, os
militares da ativa começaram uma mobilização por um caminho inusitado:
eles estão buscando adesões na internet para que o assunto seja objeto
de discussão na comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do
Senado. Até o início da noite desta segunda-feira, haviam sido coletadas
mais de 206 mil assinaturas de militares e civis em apoio ao movimento.
Essas assinaturas embasaram um pedido já enviado para o Senado,
solicitando a realização de audiência com autoridades como os ministros
da Defesa, Celso Amorim, e do Planejamento, Miriam Belchior, para tratar
do aumento salarial.
O movimento já está sendo chamado de "marcha virtual". O assunto já
foi parar no Planalto, mas não está sendo objeto de avaliação pelo
palácio, que apenas acompanha as informações. Há informes no Ministério
da Defesa sobre o alto índice de endividamento da categoria. Os
integrantes do movimento virtual querem chegar a 500 mil assinaturas. O
assunto preocupa o governo até porque, paralelo à marcha virtual, as
mulheres dos militares estão programando um "panelaço" para ser
realizado durante a Rio+20, quando o Brasil receberá cerca de 120 chefes
de Estado e de Governo para a conferência mundial do meio ambiente. A
convocação das mulheres também está sendo feita pela redes sociais.
No link da página do Senado, onde pedem adesão para que o assunto
"reajuste salarial" seja discutido no Congresso, os militares lembram
que "não há aumento há mais de onze anos e a classe se vê obrigada a
fazer empréstimo consignado para sobreviver e não passar por privações".
Há queixas de todas as regiões do País sobre seus os comandos para que o
tema seja levado ao Palácio do Planalto. No Ministério da Defesa, a
informação é que o assunto "é objeto de tratativas das áreas técnicas da
Defesa com Planejamento", mas não há a menor previsão de quando o
assunto poderia ser levado para esferas superiores ou de quanto poderia
ser a proposta de reajuste.
TÂNIA MONTEIRO - Agência Estado
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