O Velho Maranhão dos Espertalhões!
O Maranhão é o melhor lugar do mundo para se iniciar e concluir o carreirismo (forma de agir de quem procura progredir rapidamente na carreira, muitas vezes recorrendo a métodos antiéticos; oportunismo, arrivismo). Todos podem (?) chegar aos píncaros da glória nestas plagas.
Seja em que área possa-se imaginar: do mais simplório barnabé ao governador de plantão; do vereador ao senador; do afoito bacharel ao afamado ministro; e, oxalá, do coroinha ao bispo; em tudo o carreirismo estar presente.
E não se desconheça que nesse processo a inteligência, na sua mais correta concepção, se faz presente, e quase sempre aliada à esperteza de grande parte dos atores nos cenários dos interesses umbilicais dos grupelhos e, claro, do inquebrantável poder do domínio familiar no comando do estado. Também não olvidemos das honrosas exceções, pois, ainda há no Maranhão homens e mulheres de valor e respeito
Mas, o velho Maranhão dos espertalhões é seguramente um dos estados da federação em que mais intensamente se discute e vive a política no dia a dia; é certo que não se trata daquela política que todos gostaríamos de vivenciar a vida toda: um espaço público de ofertas de discussão das melhores ideias com vistas a oportunizar às grandes maiorias populacionais o acesso ao serviço público de qualidade, o emprego, a renda, a moradia, a saúde, a educação, a segurança, o meio ambiente e a vida com sustentabilidade.
A política que
geralmente se discute aqui, com mais fervor, é aquela que se volta para os
movimentos em torno do poder e de suas benesses. É aquela em que,
primeiramente, se focaliza de que maneira a superestrutura do estado (?) pode
continuar operando o processo de domínio das consciência dos mais de sete
milhões de maranhenses, e garanta a inamovibilidade das elites de seus espaços
de comando e de domínio políticos.
A máquina
estatal, através de seus arquétipos de agentes políticos, principalmente nas
esferas do executivo e legislativo, deve sempre forjar uma discussão do continuísmo
e do patrimonialismo que interessam aos donos do poder, e desse olhar sempre
resulta a atualização da engenharia de manutenção e [ou] renovação das
estruturas de mandonismo no estado, o que se concretiza por meio do processo
eleitoral bem mapeado e bem pago pelos recursos do erário.
Ao fim de cada
ciclo de governo no Maranhão, verificar-se o ambiente de grandes inquietações
políticas, análises, escaramuças, articulações etc., com vistas ao domínio do
poderio político no estado, enfim, é também o momento de ver que a imagem do
"governante honesto e irrepreensível" vai se transformar na aura
funesta das condolências no velório dos inimigos, pois os amigos de antanho,
agora estão pagando o coveiro para deixar a sepultura aberta vinte quatro
horas, porque ali deverá ser o lugar do traidor.
E quando tudo
passar, a guerrilha patrimonialista entre as alas dinistas e brandonistas
tomam os seus rumos desenhados e desejados, com as rédeas ajustadas àqueles
que integram o novo establishment, sem nada de novo para o
povo; e o velho Maranhão continuará sob a batuta dos espertalhões da velha política, socialmente excludente e de
proteção familiar.
Petrônio Alves
Advogado – OAB MA
5346
Jornalista –
1639/MA
Radialista –
2304/MA
Nenhum comentário:
Postar um comentário