quinta-feira, 29 de maio de 2025

 O Velho Maranhão dos Espertalhões! 

O Maranhão é o melhor lugar do mundo para se iniciar e concluir o carreirismo (forma de agir de quem procura progredir rapidamente na carreira, muitas vezes recorrendo a métodos antiéticos; oportunismo, arrivismo). Todos podem (?) chegar aos píncaros da glória nestas plagas.

Seja em que área possa-se imaginar: do mais simplório barnabé ao governador de plantão; do vereador ao senador; do afoito bacharel ao afamado ministro; e, oxalá, do coroinha ao bispo; em tudo o carreirismo estar presente.

E não se desconheça que nesse processo a inteligência, na sua mais correta concepção, se faz presente, e quase sempre aliada à esperteza de grande parte dos atores nos cenários dos interesses umbilicais dos grupelhos e, claro, do inquebrantável poder do domínio familiar no comando do estado. Também não olvidemos das honrosas exceções, pois, ainda há no Maranhão homens e mulheres de valor e respeito

Mas, o  velho Maranhão dos espertalhões é seguramente um dos estados da federação em que mais intensamente se discute e vive a política no dia a dia; é certo que não se trata daquela política que todos gostaríamos de vivenciar a vida toda: um espaço público de ofertas de discussão das melhores ideias com vistas a oportunizar às grandes maiorias populacionais o acesso ao serviço público de qualidade, o emprego, a renda, a moradia, a saúde, a educação, a segurança, o meio ambiente e a vida com sustentabilidade.

A política que geralmente se discute aqui, com mais fervor, é aquela que se volta para os movimentos em torno do poder e de suas benesses. É aquela em que, primeiramente, se focaliza de que maneira a superestrutura do estado (?) pode continuar operando o processo de domínio das consciência dos mais de sete milhões de maranhenses, e garanta a inamovibilidade das elites de seus espaços de comando e de domínio políticos.

A máquina estatal, através de seus arquétipos de agentes políticos, principalmente nas esferas do executivo e legislativo, deve sempre forjar uma discussão do continuísmo e do patrimonialismo que interessam aos donos do poder, e desse olhar sempre resulta a atualização da engenharia de manutenção e [ou] renovação das estruturas de mandonismo no estado, o que se concretiza por meio do processo eleitoral bem mapeado e bem pago pelos recursos do erário.

Ao fim de cada ciclo de governo no Maranhão, verificar-se o ambiente de grandes inquietações políticas, análises, escaramuças, articulações etc., com vistas ao domínio do poderio político no estado, enfim, é também o momento de ver que a imagem do "governante honesto e irrepreensível" vai se transformar na aura funesta das condolências no velório dos inimigos, pois os amigos de antanho, agora estão pagando o coveiro para deixar a sepultura aberta vinte quatro horas, porque ali deverá ser o lugar do traidor.

E quando tudo passar, a guerrilha patrimonialista entre as alas dinistas e brandonistas tomam os seus rumos desenhados e desejados, com as rédeas ajustadas àqueles que integram o novo establishment, sem nada de novo para o povo; e o velho Maranhão continuará sob a batuta dos espertalhões da velha política, socialmente excludente e de proteção familiar.

Petrônio Alves

Advogado – OAB MA 5346

Jornalista – 1639/MA

Radialista – 2304/MA

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