terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O "GUARDIÃO" QUE NÃO É USADO PELO BC CONTRA OS SONEGADORES

 MONITORAMENTO DE CONTAS PELO BANCO CENTRAL

Apelidado de Hal, o cérebro eletrônico mais poderoso de Brasília fiscalizará as contas bancárias de todos os brasileiros.
Desde a manhã da segunda-feira (07/05), trabalha sem cessar no quinto subsolo do Banco Central um supercomputador instalado especialmente para reunir, atualizar e fiscalizar todas as contas bancárias das 182 instituições financeiras instaladas no País.
Seu nome oficial é Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional
CCS na sigla abreviada, já apelidado de HAL.
A primeira carga de informações que o computador recebeu durou quatro dias.
Ao final do processo, ele havia criado nada menos que 150 milhões de
diferentes pastas (uma para cada correntista do País), interligadas
por CPF's e CNPJ's aos nomes dos titulares e de seus procuradores.
A cada dia, Hal acrescentará a seus arquivos cerca de um milhão de
novos registros, em informações providas pelo sistema bancário.
A partir desta semana, quando o sistema se estabilizar, o CCS deverá
responder a cerca de 3 mil consultas diárias.
Toda conta que for aberta, fechada, movimentada ou abandonada, em
qualquer banco do País, estará armazenada ali, com origem, destino e
nome do proprietário.
São três servidores e cinco CPU's de diversas marcas trabalhando
simultaneamente, no que se costuma chamar de cluster.
Este conjunto é o novo coração de um grande sistema de processamento
que ocupa um andar inteiro do edifício-sede do Banco Central.
Seu poderio não vem da capacidade bruta de processamento, mas do
software que o equipa.
Desenvolvida pelo próprio BC, a inteligência artificial do Hal
consumiu a maior parte dos quase R$ 20 milhões destinados ao projeto -
gastos principalmente com a compra de equipamentos e o pagamento da
mão-de-obra especializada.
Só há dois sistemas parecidos no planeta.  Um na Alemanha, outro na França.
Mas ambos são inferiores ao brasileiro.  No alemão, por exemplo, a
defasagem entre a abertura de uma conta bancária e seu registro no
computador é de dois meses.
Aqui, o prazo é de dois dias. Não por acaso, para chegar perto do Hal,
é preciso passar por três portas blindadas, com código de acesso
especial.
Visto em perspectiva, o sistema é o complemento tecnológico do Sistema
Brasileiro de Pagamentos (SBP), que, nos anos de Armínio Fraga à
frente do BC, uniformizou as relações entre os bancos, as pessoas,
empresas e o governo.
Com o Hal, o Banco Central ganha uma ferramenta tecnológica a altura
de um sistema financeiro altamente informatizado e moderno.
Recuperamos o tempo perdido", diz o diretor de Administração do BC,
João Antônio Fleury.
O supercomputador promete, também, ser uma ferramenta decisiva no
combate a fraudes, caixa dois e lavagem de dinheiro no Brasil. '
"Vamos abrir senha para que os juízes possam acessar diretamente o
computador", informa Fleury..
O banco de dados do Hal remete aos movimentos dos últimos cinco anos.
Antes de sua chegada, quando a Justiça solicitava uma quebra de sigilo
bancário, o Banco Central era obrigado a encaminhar ofício a 182
bancos, solicitando informações sobre um CPF ou CNPJ.  Multiplique- se
isso por três mil pedidos diários.
São 546 mil pedidos de informações à espera de meio milhão de respostas.
Em determinados casos, o pedido de quebra de sigilo chegava ao BC com
um mimo: "Cumpra-se em 24 horas, sob pena de prisão".
 A partir da estréia do Hall, com um simples clique, COAF, Ministério
Público, Polícia Federal e qualquer juiz têm acesso a todas as contas
que um cidadão ou uma empresa mantêm no Brasil.
R$ 20 milhões foi o orçamento da criação do cadastro de clientes do
sistema financeiro. Sob controle 182 bancos 150 milhões de contas 1
milhão de dados bancários por dia.

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