quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

GUSTAVO CASTAÑON: Como o PT entregou o país (as razões de Ciro Gomes)


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Por razões pessoais me ausentei do debate pós-eleitoral, mas é impossível não me pronunciar diante do artigo de Luís Nassif distorcendo a posição de dois amigos meus, Ciro Gomes e Mangabeira Unger. Digo isso logo no primeiro parágrafo para que não seja acusado de dissimular meu lado nessa história, como Nassif, que é membro da blogosfera construída pelo PT e ex-funcionário da TV Brasil.

Esses fatos não são deméritos, quem trabalha na imprensa (em qualquer uma de suas vertentes) tem lado, e tolo é quem pensa que não. Sou leitor de Nassif e o considero um arguto observador da cena nacional, e é exatamente por isso que não podia deixar sem resposta seu artigo que se alinha ao jogo de falsificação histórica do PT, querendo imputar a culpa por seu imenso desastre eleitoral nas costas de outro candidato, que foi traído, preterido, sabotado e atacado por esse partido não só agora, mas durante toda sua vida política.

Existe uma coisa em psicologia de grupos que se chama “pontuação na sequência de eventos”. A maioria dos conflitos entre duas ou mais pessoas acontece porque elas pontuam o evento inicial que deu origem ao conflito em momentos diferentes da história, levando às comuns acusações de que “foi você que começou”. Ora, até pelo poder que acumulou e exerceu nos últimos 16 anos, quem merece o título de iniciador dessa sequência de eventos é Lula e o PT.

Porque a história dessas eleições não começa quando, 48 horas antes do prazo final para registro de candidaturas, Lula ordena que Ciro vá se ajoelhar para ele em sua cela. Ela começa muito antes.

Poderíamos estabelecer o começo dessa história quando Lula escreve a “Carta aos Brasileiros”, carta que Ciro jamais escreveu para vencer, ou quando nomeia o ex-presidente do BankBoston para liderar o Banco Central do Brasil, dando-lhe na prática independência: independência dos interesses nacionais. Poderíamos começar quando Lula decide continuar o rentismo ou em qualquer um dos dias em que se jactou de ter liderado o governo onde “os banqueiros nunca lucraram tanto”. Poderíamos começar essa história quando Lula intervém no PSB para proibir a candidatura Ciro e nos descer pela goela Dilma, em 2010, ou quando a mesma comete o maior estelionato eleitoral da história, pressionada por Lula, e nomeia um representante dos banqueiros para aplicar um ajuste neoliberal em nossa economia em 2014. Ou ainda quando o PT compara o impeachment de Dilma com o golpe contra Jango, que perdeu o poder ao defender a taxação da remessa de lucros, o voto dos analfabetose a Reforma Agrária, as chamadas Reformas de Base.

Mas não. Vamos estabelecer o início dessa história na campanha eleitoral deste ano. Que não começa na manobra venal de Lula para colocar Ciro de joelhos, mas no lançamento das candidaturas de Lula e de Ciro, ainda em 2017. Sempre fui partidário da candidatura de Ciro e considero os governos do PT medíocres, servis e grandes oportunidades perdidas, como atestam o índice de crescimento médio do país – quase idêntico ao tucano – e a manutenção dos índices de desindustrialização e desigualdade. Apesar disso, considerava acertado o lançamento retórico da candidatura Lula e suas caravanas pelo país para se defender e recuperar seu capital político e eleitoral.

No entanto, qualquer agente político sério no Brasil sabe duas coisas. Primeiro, que viabilidade eleitoral não é viabilidade política, numa eleição não se deve somente construir uma maioria de votos, mas condições de exercer o poder. E Lula não tinha mais condições políticas de o exercer, uma vez que era vetado por todas as instituições e corporações da República, particularmente, o Judiciário. Que dirá o PT. Esse partido não só tinha a imagem imensamente comprometida com a manutenção do status quo (por bons motivos) e com a corrupção, mas também a reputação de hegemonista, arrogante, traiçoeiro e inconfiável disseminada pela quase totalidade da classe política. O campo progressista estava terrivelmente isolado e a reconstrução das condições da volta ao poder passava pela renúncia do PT à cabeça de chapa. Esse movimento poderia ser um recuo tático do partido se seu objetivo fosse de fato disputar o poder central e não a liderança da oposição ao governo Alckmin.

Em segundo lugar, todos sabiam que Lula não seria candidato, apesar das desavergonhadas tentativas da blogosfera petista de enganar a militância com esperanças mirabolantes. E Lula não seria candidato por causa da lei que ele próprio sancionou, refém do udenismo e da ingenuidade republicana do PT, que nunca sinalizou qualquer resistência efetiva às investidas do Poder Judiciário.

Assim como era obrigação política de Lula defender o legado do PT de sua satanização indevida, era obrigação política de Ciro apresentar e defender um novo projeto para o país, criticando todos os erros cometidos pelo PT na condução do governo. Se não o fizesse, seria visto pela Nação como um preposto do PT, inviabilizando a mudança e a superação da polarização petismo/anti-petismo que afundou, finalmente, o Brasil.

O PT e Lula têm motivos para cobrar politicamente de Ciro uma solidariedade maior com a perseguição judicial que Lula estava sofrendo. Mas, igualmente, subir num palanque com Lula contra o Judiciário seria abandonar toda perspectiva de fugir da lógica personalista que Lula queria impor – e impôs – às eleições, e sujeitar-se à uma condição de “puxadinho do PT”, condição que condenou as candidaturas de Boulos (que teve um terço da votação do PSOL em 2014) e de Manuela, que terminou a campanha como uma vice escondida pelo PT. Isso sem falar na delação de Palocci, nos outros seis processos e nas novas acusações contra Lula e toda a direção do PT, que Ciro e a torcida do Corinthians sabiam que viriam.

Para apoiar Ciro, Lula e o PT, como qualquer político e qualquer partido, tinham o direito de querer que ele se comprometesse a defender o legado petista, e se transformasse nas eleições no “campeão do lulismo”, uma espécie de Lancelot do Lula. Mas Lula não deveria ter se comportado como um político qualquer. Ele deveria ter se mirado no exemplo de Brizola e se comportado como um estadista, que pensa em seu povo e seu país antes que em seu jogo de poder pessoal. O apoio a Ciro sem a exigência dele se comprometer com a pauta política que foi rejeitada na eleição poderia ter mudado os rumos do campo progressista, do Brasil e do próprio PT.

Porque, como vimos, o país estava farto do PT. Mesmo nos melhores momentos de intenção de voto de Lula, o candidato apoiado por ele no segundo turno ostentava de 61% a 63% de rejeição no Datafolha. Os blogues petistas falsificavam o significado de perguntas como “Você votaria num candidato apoiado por Lula?” ou reproduziam as peças de propaganda da Vox Populi, enquanto tanto eles quanto a direita brasileira sabiam que o PT tinha força suficiente para colocar um candidato que não Lula no segundo turno, mas não para vencê-lo. A maioria do país ainda aceitava Lula, mas já não aceitava, em hipótese alguma, o PT.

Então Lula tinha diante de si duas alternativas decentes. Deixar Ciro construir um novo polo enquanto mantinha uma candidatura petista exclusivamente para defender seu legado, ou ser grande e apoiar Ciro desde o começo, permitindo que ele minimizasse o dano do apoio do PT e que pudesse fazer a crítica necessária ao período petista.

Mas não. Lula usou de todos os meios a seu dispor para sabotar a candidatura Ciro e direcionou todas as suas baterias políticas – inclusive a máquina de internet do PT – para seu desgaste pessoal, atuando em comum acordo com o PSDB para manter a polarização política tradicional entre os dois partidos.

Provavelmente por coincidência, no mesmo período assistimos a uma surpreendente absolvição de Gleisi num momento em que o PT só colecionava condenações, assim como uma mais surpreendente ainda libertação de Zé Dirceu, já condenado pela segunda vez e tendo perdido os direitos de progressão de pena. O que não foi nada surpreendente é que Dirceu tenha saído da Papuda diretamente para articular o isolamento de Ciro com o PSB e o PCdoB, papel que Gleisi já vinha se esforçando para desempenhar, mas com menor competência.

E assim o PT e Lula usaram todo o resto de seu poder eleitoral para esfacelar o PSB e dar seu tempo de TV para a direita, impedindo o fechamento com Ciro (às custas das destruições das candidaturas de Marília em Pernambuco e Lacerda em Minas, o que entregava o segundo Estado da federação ao PSDB, mas acabou o entregando ao Itaú), assim como levaram o parceiro de Lula, Valdemar da Costa Neto, a entrar na negociação com o Centrão e o levar para Alckmin. Ainda colocaram o PCdoB sob chantagem contra suas candidaturas no país inteiro, levando-o a péssima decisão de mais uma vez caminhar com o PT, o que o deixou sem conseguir vencer a cláusula de barreira.

Por fim, sabendo que a liderança do PT não tinha mais viabilidade política para governar, que sua candidatura era uma fraude, que ele estava preso e condenado, que não poderia fazer campanha, que o país queria um projeto alternativo ao do PT, que tinha sabotado de todas as formas a candidatura Ciro, que na condição de vice Ciro seria retirado da disputa e dos debates por tempo indeterminado, que ia submeter as eleições a um debate sobre ele, Lula ordena que Dilma convoque Ciro para se ajoelhar diante dele na carceragem de Curitiba.

É fácil hoje dizer que Ciro errou e que se tivesse se ajoelhado seria presidente. Mas o PT tem que se decidir por uma linha coerente no seu esforço de destruição da imagem de Ciro. Se Ciro só pensa em seu projeto pessoal porque não se ajoelhou para Lula? Ele coloca seu orgulho acima de seu projeto pessoal? Bem, do meu ponto de vista nem uma coisa nem outra, evidentemente. A decisão de Ciro naquele momento era dificílima e teve lógica política e como resultado imenso sacrifício pessoal e desprendimento em prol do Brasil. O que Ciro levou em consideração?

1) Ser vice de Lula seria abonar a fraude do PT e participar de um ardil com o povo brasileiro, porque Lula não era de fato candidato;

2) Seria se submeter simbolicamente a um preso condenado, o que inviabilizaria a autoridade moral de um eventual futuro presidente;
3) Havia ameaça de a justiça eleitoral impugnar não Lula, mas a própria candidatura do PT, como se lembram os observadores mais atentos. Neste caso, com toda a centro-esquerda no mesmo barco, a eleição estaria finalizada;

4) Ao se colocar na chapa do PT, Ciro perderia qualquer controle sobre a campanha e se comprometeria juridicamente com o que havia sido feito até então e com as formas de arrecadação e financiamento do partido, colocando seu destino político nas mãos de pessoas como Gleisi Hoffmann e Sérgio Gabrielli e podendo ficar, por consequência, inelegível por oito anos;

5) No caso de impugnação de Lula, a definição de Ciro como candidato da aliança estaria nas mãos do glorioso diretório nacional do PT, problema que poderia ser minimizado com um acordo público, mas jamais eliminado. Sabemos que poderiam utilizar qualquer declaração crítica de Ciro como desculpa para trair o acordo, e o histórico do PT não recomenda qualquer confiança. Como mostrarei aqui ,o objetivo do PT nunca foi ganhar a eleição, mas garantir seu papel de líder da oposição e eleger 50 deputados garantindo a sobrevivência do partido e sua máquina. Estrutura, gabinetes, fundo partidário, tempo de TV, fundo eleitoral: isso para a burocracia do PT está acima de tudo;

6) Ao se submeter à condição de vice-fake, não só seria impedido de participar dos debates enquanto a candidatura não fosse julgada – o que nesse caso poderia ter se arrastado até a última semana – como perderia a condição de ser visto como uma alternativa de poder, sem contar com o dano de imagem em se submeter ao PT depois de tudo o que o partido fez não só no governo, mas com ele próprio dias antes;

7) Aceitar a condição de vassalo de Lula o faria definitivamente refém da agenda lulista e do debate em torno de Lula e do PT, tirando-lhe as condições políticas, inclusive controle sobre seu próprio tempo de TV, para debater a questão nacional e apresentar projeto alternativo ao petismo;

Então Ciro decidiu enfrentar a máquina de Alckmin, de Bolsonaro e do PT e levar ao Brasil um discurso próprio, um projeto novo e uma alternativa para a esquerda e o país, mesmo sabendo que a eleição seria muito difícil. Mais uma vez, provou que seu desejo de ser presidente não está acima de tudo. Nunca o levou a se vender a FHC, ou à banca, ou a escrever Carta aos Brasileiros, ou a se ajoelhar a personalismos.

Foi esse desprendimento que não teve Haddad, ao contrário da interpretação de Nassif. Ele não fez como Wagner, que se recusou a ser candidato e pediu o apoio a Ciro no primeiro turno. Haddad se agarrou avidamente a oportunidade de ressuscitar sua carreira política.

E foi assim que o PT destruiu o país. Sabendo que não tinha condições políticas de exercer o poder, que levaria o país a outro golpe caso vencesse, sabendo que Haddad não venceria o segundo turno, que se vencesse não tomaria posse, que se tomasse não governaria e que se governasse entregaria o país em nome da esquerda ou seria derrubado, enfiou pela goela do Brasil sua tragédia e condenou nossa soberania e o futuro de milhões de crianças e jovens brasileiros para obrigar o país a debater a prisão de Lula e provar que seu poste tinha mais votos que Ciro no primeiro turno.

Para prová-lo, Lula escolheu o candidato mais inviável, um liberal paulista que, justamente ou não, foi considerado o prefeito mais impopular do país e perdeu de forma humilhante uma eleição menos de dois anos antes, sentado na cadeira, no primeiro turno em São Paulo onde o PT punha seu candidato no segundo turno desde 1992.

Concluindo as evidências de que o PT não pretendia de fato vencer, lembro ainda que o primeiro ato de Haddad no segundo turno foi visitar Lula na prisão, fato que enterrou qualquer possibilidade de disputa acirrada. Porque afinal não o faria? A missão já estava cumprida. Ou ainda lembro que enquanto uma militância ingênua se esgoelava e lutava desesperadamente às vésperas das eleições, Dirceu e Gleisi faziam declarações suicidas de indulto a Lula como primeiro ato de governo ou “tomada do poder”. Para eles, a eleição já estava ganha: Haddad tinha ressuscitado, o PT tinha conseguido se manter como maior partido de oposição e feito 50 gabinetes na Câmara, garantido bom fundo partidário e alguns governadores. O PT estava salvo. O Brasil, destruído.

A Nação em nenhum momento foi questão para o PT. Mais uma vez esse partido arrastou a esquerda para uma campanha vergonhosa e despolitizante, baseada num discurso reacionário de volta a um passado mítico que nunca existiu e do qual a maioria da população brasileira queria a superação, e num messianismo que no segundo turno teve que ser escondido. O símbolo da campanha de Haddad foi, sem dúvidas, ele se escondendo atrás da máscara de Lula.

E se escondendo atrás da máscara de Lula ele despolitizou o debate, batendo apenas na tecla do vitimismo, da saudade e das liberdades individuais, deixando Bolsonaro de cara para o gol com sua pauta moralista e também despolitizada. Porque eles fizeram isso? Ora, porque não tinham como defender a política econômica liberal do governo Dilma nem se apresentar como mudança verdadeira para a população. Ao contrário, escreveram nova “Carta aos Brasileiros” defendendo o ideário neoliberal.

Elegendo vergonhosamente Ciro, e não o fascismo, como seu adversário preferencial, o PT jogou todo o peso de sua máquina no Nordeste para lhe roubar aliados, tendo inclusive enfrentado denúncias até hoje não esclarecidas.

Enquanto Ciro chamava Bolsonaro para o debate e o acusava do alto dos carros de som, Haddad não pronunciava seu nome porque o PT acreditava, irresponsavelmente, que seria capaz de montar uma frente democrática em torno de si no segundo turno e perder por margem menor o enfrentando. O verdadeiro desastre para o tipo de partido que é o PT seria a eleição de Ciro contra ele. O partido segurou sua militância que se apavorava com Bolsonaro e queria combatê-lo e, enquanto Bolsonaro disparava nos trackings e se encaminhava para a vitória em primeiro turno, espalhava falsos “trackings do MDB” que mostravam que era Haddad que quase ultrapassava Bolsonaro, alimentando a polarização que nos destruiu. Disseminaram a ideia de que Bolsonaro era o candidato ideal para o segundo turno e que a missão central era destruir o centro político. Isso num momento de ascensão real do fascismo.

Na rede, onde atuei mais diretamente na campanha, a máquina do PT disseminava peças difamatórias contra Ciro até mesmo de seus blogues e jornalistas associados. Contra Bolsonaro, nada, até os últimos dez dias do segundo turno. Não tinham sequer algo pronto para entrar imediatamente após o primeiro turno.

Isso quer dizer o quê, que o PT queria perder para Bolsonaro? Não. O PT planejou perder para o PSDB para juntos enterrarem a lava-jato e se acomodar novamente em seu papel de oposição até o dia em que pudesse voltar. A aposta, no entanto, deu errado. Agora, Lula pagará pelo resto de sua vida na cadeia. Eu, realmente, lamento, e quem me conhece sabe que lamento. Por ele também, mas principalmente pelos milhões de crianças e jovens brasileiros que perderam seu futuro.

Ciro não deve ser mitificado, como o petismo faz com Lula e o bolsonarismo com Bolsonaro. Ele erra, tem defeitos e discordo de alguns erros táticos que cometeu. Por exemplo, discordo de ele não ter dado uma simples declaração de voto em Haddad, mesmo tendo liberado todo seu grupo político para apoiá-lo e votado nele. Discordo não porque isso tenha feito qualquer diferença nas eleições, mas simplesmente porque deu instrumento retórico para a falsificação histórica que hoje o PT tenta promover, mesmo com a transferência quase completa dos votos de Ciro para Haddad.

É incrível, incrível desonestidade um homem como Nassif dizer que as entrevistas de Mangabeira “esclarecem de vez as razões objetivas que levaram ao racha das esquerdas”. Quem teve o destino dessas eleições nas mãos foi Lula, em nenhum momento Ciro. O resultado dele se submeter a essa manobra brutal de Lula ainda é, hoje, totalmente imprevisível, com amplas possibilidades de desastre.

E o fato aqui é que Lula novamente brincou de Deus e se destruiu definitivamente. Sua propalada intuição política e genialidade que errou todas nos últimos quatro anos entregou o país à sanha estrangeira e à destruição de sua soberania, e o povo brasileiro ao massacre definitivo de seus direitos. E ele sabia que o risco era esse.

Então você, leitor, pode julgar depois de tudo isso que Ciro decidiu não ser vice de Lula por ser orgulhoso ou qualquer outro defeito pessoal. Mas eu acho que quem continua pensando isso depois desse quadro apresentado, baseado em fatos de domínio público, pode somente estar tão desacostumado a ver desapego e dignidade pessoal na política, que não consegue mais os reconhecer quando aparecem. Por isso Ciro pode até ser criticado como político e candidato, mas como pessoa mostrou mais uma vez na vida que é um homem honrado que não está disposto a qualquer coisa para ser presidente.

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