Os grandes programas de investimentos apoiados ou realizados pelo governo do Maranhão, revelados oficialmente à sociedade, apenas em supostos 'aspectos benéficos' ou 'positivos', sempre apresentados de forma isolada (caso a caso), sem um estudo articulado com os vários setores da economia maranhense, não existindo um exame essencial quanto sua inserção na realidade social do estado, coloca-nos sempre num ambiente de extremadas dúvidas quanto ao êxito global desses investimentos de monta direcionados para o Maranhão.
Esses programas, que envolvem bilhões de reais, não estão sendo examinados em seu conjunto pela sociedade maranhense, e o nível de superficialidade das informações disponíveis não permite uma análise crítica de seus efeitos e repercussões.
Alguns desses investimentos, se bem avaliados e reformulados ou mesmo substituídos, poderiam se concretizar em programas alternativos de real interesse para a maioria do povo maranhense.
Não há como imaginar as dimensões desses programas governamentais-privados, pois, não afetam apenas uma região do estado, mas a realidade sócio-econômica como um todo. A complexidade dos programas oferece riscos e pontos contraditórios que, seguramente, vão exigir que convivam umbilicalmente com os aspectos tidos por 'positivos' colocados em destaques pelo governo do estado.
Esses projetos representam também uma opção política, concentrando esforços financeiros e administrativos em uma determinada direção, implicando em deslocamentos de outros possíveis programas que seriam realizados, porém, adiados ou paralisados pela premência e influência política de resultados que precisam ser mostrados como forma de contribuição a manter o status quo do ancien regime maranhense.
Esses 'projetos de impacto' se traduzem em prioridades, e uma estratégia de ação econômica e política que afetam a totalidade do povo maranhense. As informações oficiais nem sempre permitem identificar as metodologias adotadas, inexistindo planejamento de desenvolvimento das regiões envolvidas na recepção desses eventos econômicos. O monopólio da informação, no círculo fechado do governo estadual e dos grupos privados envolvidos, corresponde à única e última instância de decisão.
O conhecimento de cada projeto e do conjunto dos programas governamentais significa poder e, na medida em que esse conhecimento não é público, significa a mantença das velhas práticas políticas e a concentração de poder em poucas mãos.
Quais as decisões tomadas a portas fechadas, sem qualquer participação dos maranhenses? Como decidiram o que fazer em primeiro lugar? De que forma se deu a decisão de quanto gastar para fazer? Quando deveriam ser realizados grandes projetos de desenvolvimento, e quais foram esses projetos? E os principais beneficiários?
O risco maior é que poderemos estar hipotecando o nosso futuro, sem a menor possibilidade de um resgate social e econômico em favor da maioria do povo do Maranhão, para regozijo da elite de meio século de domínio.
Por Petrônio Alves
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Por Petrônio Alves
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Os Grandes Projetos: breve descrição
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Porto do
Itaqui – (Ampliação) Recuperação estrutural
dos berços 101 e 102
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R$ 93,5 milhões
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Dragagem dos berços 100 a 103
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R$ 35 milhões
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Construção do Berço 108
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R$ 70 milhões
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Construção do Berço 100
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R$ 167 milhões
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Terminal de Grãos do Maranhão (TEGRAM)
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R$ 322 milhões
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TOTAL
Terminal
Portuário do Mearim –TPM
Aurizônia
Empreendimentos
Localização: Bacabeira Investimento estimado: R$ 4,5 bilhões Empregos: 3.600
(diretos e indiretos)
Características:
•Granéis sólidos e carga geral;
•Capacidade: navios de até 70.000 (tpb)
•Área de aproximadamente 950.000 m².
•Status: Licenciado
Expansão
Vale – Logística Norte
§Investimentos: R$ 12,5 bilhões (2010 – 2015)
•Prolongamento e duplicação de
605 km da EFC (Estrada de Ferro Carajás), de
um total de 892 Km - R$ 5,6 bilhões
•Ampliação do TFPM (Terminal Ferroviário de Ponta da Madeira)
•Ampliação do TPPM (Terminal Portuário de Ponta da Madeira - ONSHORE)
•Construção do Píer IV - R$ 2 bilhões
•Construção
de Ramal ferroviário no Pará -conectando
a EFC a uma nova mina (84 Km) - R$ 1,4 bilhão
Mineração
de Ouro
§Mineradora Aurizona
Local: Godofredo Viana
Início da operação: abril/2010
Investimento: R$ 100 milhões
Empregos: 1.200 (diretos e indiretos)
Capacidade: 60 mil onças (2012)
Plano de Expansão:
1° fase: R$ 100 milhões até 2013
Capacidade: 125 mil onças
2° fase: R$ 500 milhões a partir de 2014
Capacidade: 250 mil onças
§Jaguar Mining Local: Centro Novo do Maranhão
Investimento: R$ 500 Milhões Empregos:
Implantação: 1000 Operação: 450 (diretos), 180 (indiretos) e 2.250
(efeito renda) Status: Licenciamento Ambiental
Mineração
de Ouro
Projeto Montes Aureos
Localização: Centro do Guilherme
Investimento previsto: R$ 90 milhões
Empregos: fase de mineração – 150 a 200 empregos diretos
Status: Fase de Exploração (identificação e avaliação de
recursos econômicos )
§Empresas: Brasil Resources Inc (BRI) e Apoio
Engenharia e Mineração
Usinas de
Álcool
§AGRO SERRA Localização: São Raimundo das Mangabeiras Investimento: R$
200 milhões em 10 anos Produção: Cana-de-açúcar e álcool. Meta: Elevar
o processamento de cana-de-açúcar, atualmente de 1,2 milhão de
toneladas/ano para 1,6 milhão de toneladas/ano.
Itapecuru Bioenergia
§ITAPECURU BIOENERGIA Localização: Aldeias Altas
Investimento: R$ 400 milhões nos próximos 5 anos
Produção: Cana-de-açúcar e álcool
Metas:
•Elevar o processamento de
cana-de-açúcar, atualmente de 532.000 tons/ano para 2.000.000 de
tons/ano;
•Elevar produção de etanol, atualmente de 40 milhões
de litros para 160 milhões de litros/ano.
Grupo
Suzano
Localização: Imperatriz
Investimento – R$ 4 bilhões
Empregos: 7.000 (implantação)
Operação: 3.500 (florestal e fábrica)
15.000 (indiretos)
Produção: 1,5 milhão de ton/ano
Operação: 2013
Status: Em obras
§Suzano Papel e Celulose Fábrica de Celulose
§Suzano Energia Renovável
Complexo de produção de pellets de biomassa Investimento previsto: US$ 600 milhões Localização:
Chapadinha Capacidade: 2 milhões ton/ano
Siderúrgicas
Localização: São Luís
Investimentos: R$ 160 milhões
Capacidade: 240 mil ton/ano de perfis, chapas, tubos e outros
Empregos: 300 diretos implantação
Operação: 250 diretos e 750 indiretos
Partida : 2013
Status: Em obras
§Grupo Dimensão Dimensão Indústria de Aços Planos
Localização: Açailândia
Investimento - R$ 310 milhões
Empregos: 1.000 (implantação)
Operação: 1.000 (diretos e indiretos)
Produção de laminados de aço:
1ª fase - 500 mil ton/ano
Status: Em obras// Conclusão: 2012
§Siderúrgica Integrada Gusa Nordeste Aciaria e
Laminação
Produção de
Cimento Localização: São Luís
§Votorantim Cimentos
Investimentos: R$ 80 milhões
Capacidade: 750 mil ton/ano
Empregos:
Construção: 450 Diretos
Operação: 80 empregos diretos
Partida : 2012
Status: Em operação (Janeiro 2012) Localização: São
Luís Investimentos: R$ 20 milhões Capacidade: 350 mil ton/ano Empregos:
Construção: 150 diretos Operação: 50 diretos Status: Licenciamento
ambiental
§Indústria Ítalobrasileira de Cimento
Energia
Localização: Sudoeste do Maranhão
Investimento: R$ 4 bilhões
Entrada em operação: 7° das 8 turbinas em operação comercial
Capacidade: 1.087 MW
Empregos: 10.000 (diretos na obra)
Status: Fase final de obras
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Fonte: SEDINC
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R$ 687,5 milhões
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Um comentário:
É esse o tipo de artigo que o Ígor, se tivesse compromisso com os maranhenses, deveria estar escrevendo, mas não, suas missivas só tem um alvo, a oposição. Não querendo tolher sua liberdade de publicação, mesmo sabendo da amizade que o une ao Alexandre e ao Ígor, não seria hora de repensar na publicação dessas cartas malditas ?
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