terça-feira, 12 de setembro de 2017

As muitas dúvidas das poucas certezas de um governo à deriva

É impressionante o volume dos acontecimentos no espaço público da política brasileira no atual cenário de constantes descobertas de focos de corrupção, por meio da Lava Jato, com a firme atuação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal nas ações investigativas, e da Justiça Federal fazendo com que os réus de todas as categorias sentem nos bancos das varas, com as prisões de criminosos ardilosos e malfeitores que marcaram pontos significativos na história recente do Brasil, como líderes políticos oriundos dos mais diversos segmentos sociais, com destaque para os setores sindicais de trabalhadores e empresariais. 

As gravações, até então desconhecidas, em que Joesley Batista faz colóquios comprometedores com seu parceiro de empresa, sugerindo um verdadeiro descalabro nas instituições brasileiras por conta de sua atuação como empresário forte que compra e vende bois, e por isso pensava que conduzia a boiada de Brasília sem a bitola da vigilância social, foram decisivas para se alterarem algumas pedras no tabuleiro do governo do Sr. Michel Temer, uma vez que contava com um ligeiro esfriamento na elevada temperatura de seu envolvimento e de membros do governo com o devastador fenômeno da corrupção incrustado na máquina pública e nas empresas de domínio estatal, porque conseguiu vencer a luta no Plenário da Câmara dos Deputados ao barrar a denúncia do MPF levada ao Supremo Tribunal Federal, e este a enviou ao Parlamento por exigência constitucional.

Essas gravações trouxeram mais agonia para os plantonista do poder central, porque o delator Joesley Batista diz possuir outras tantas que não foram objeto de negociação com o Ministério Público Federal, para que auferisse os benefícios previstos nesse instituto jurídico de discutível caráter moral. Mesmo nesse turvo ambiente, os aliados do governo tentam descaracterizar a legalidade das provas colhidas a partir das delações dos empresários do Grupo JBS, afirmando a inconsistência de uma futura denúncia. E assim vão salvando o Sr. Temer do cadafalso que se avizinha.

Não bastando esse Irma que circunda a vida do fragilizado governo brasileiro, eis que surge a figura do Gedel Vieira Lima, que até recentemente era Ministro do Sr. Michel Temer,  acondicionando em um apartamento, perto de sua residência em Salvador, uma quantia de dinheiro em valores acima de 51 milhões de reais, certamente que derivados de propinas  da corrupção, fato que vem aguçar ainda mais as dores de cabeça do dirigente mais impopular da história da nação.

Daí virem as muitas dúvidas das poucas certezas do que será o caminhar desse tresloucado governo até o seu final, cuja marca da ilegitimidade, e o selo do golpe do qual resultou, confirmam a sua pífia aceitação popular que se arrasta às margens do zero, junto à direita desqualificada, que deseja transformar o país no laboratório das maldades contra os desprovidos de organização para o enfrentamento direto com essas frentes preconceituosas.

Petrônio Alves
Advogado OABMA 5346
Jornalista - Registro 1639/MA.

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