quarta-feira, 15 de julho de 2015

O Maranhão vai começar a caminhar para a frente?

De viagem ao Rio de Janeiro, reencontramo-nos  com velhos conterrâneos, que para cá vieram desde muito jovens para estudar e trabalhar e, claro, com o tempo, muitos se tornaram militantes da esquerda brasileira nas suas mais diversas e fracionárias células e colorações ideológicas. Alguns, ainda muito ativos, quer nas profissões que abraçaram pela sobrevivência, ou mesmo na grande paixão que fascina no Rio, que é atividade intelectual entrelaçada com a política, não necessariamente partidária. Dentre esses maranhenses e incansáveis sonhadores, desfrutamos mais intimamente do convívio com o dileto amigo de tantas décadas e lutas, o militante advogado Paulo Gomes Neto, este conterrâneo tão cordial, nascido em meio às matas de Magalhães de Almeida e as águas do rio que pede socorro nessa região do Baixo Parnaíba que, agora, é o foco dos investidores do agronegócio que trazem a inseparável marca da devastação e, com isso, afugentando as populações do habitat natural, forçando-as a se retirarem para os centros urbanos em busca de 'vida nova'.
 
Dr. Paulo Gomes, que tão bem conhece a história e as velhas práticas políticas do Maranhão, pergunta-nos insistentemente se o Maranhão vai começar a caminhar para a frente. Conhecemos a insistência e o interesse do Paulo. Sabemos que ele, assim como a grande maioria dos maranhenses, mesmo aqueles que se encontram longe do nosso torrão, se indagam e questionam a tantos quanto possam: qual deverá ser o caminho que o Maranhão deve percorrer com a vitória político-eleitoral do governador Flávio Dino ? Querem saber se o coronelismo e o patrimonialismo, fincados por longos 50 anos pelo vetusto e derrotado modelo de então, ainda terá sobrevida e, portanto, se a vontade do falecido governador Jackson Lago, que era a de mudar os rumos do estado, também será ofuscada por nova ofensiva, agora tendo no front o atual chefe do executivo.
 
A expertise da melhor análise conjuntural acerca do que indagam os maranhenses, inclusive o   Paulo Gomes, não está conosco, enquanto aprendiz de blogueiro e modesto militante político. Mas, conforme os colóquios havidos com os conterrâneos na Cidade Maravilhosa, pudemos pontuar um pequeno cenário do que garantirá o começo da certeza de que o Maranhão não será mais a moeda de troca para servir aos interesses econômicos de uns poucos que tornaram o estado em  fonte de manutenção de todo tipo de negócio que mantivesse a servicia da megalomania daquelas almas purulentas que se apoderaram do erário estadual.
 
Intensificar  a transparência administrativa, corrigindo todo e qualquer ato oriundo dos velhos costumes, e que possam comprometer a credibilidade que a população revelou ao governador Flávio Dino, quando o elegeu seu maior executivo no Estado. Portanto, o erário deve ser do conhecimento do cidadão, como forma de o mesmo poder acompanhar as ações do governo em face dos gastos públicos dispendidos,  e se obedeceram às prioridades definidas nos Diálogos pelo Maranhão, que foi o resultado das discussões de campanha do candidato eleito, bem assim, nas Escutas Territoriais encerradas, onde todas as regiões puderam ser ouvidas com vistas às definições do futuro Plano Plurianual e o Orçamento do estado.
 
Nem de longe deve o senhor governador permitir-se a ter eminências pardas ostentando mais poder do que subalternos auxiliares devem ter. Nem dentro, e muito menos nas cercanias governamentais. Esse olhar de soslaio, próprio do governado Flávio Dino, sobre o jeito de se movimentar dos agentes públicos que integram a gestão, não pode pestanejar e nem cochilar, uma vez que reside nesse viés político o inflar do fenômeno atormentador da corrupção. Não se quer com isso defender um centralismo que impeça o dinamismo de sua equipe, todavia, a sinergia é orientada pelo comandante, em busca dos benefícios coletivos aos maranhenses.
 
Os programas sociais diretamente voltados para recuperar a dignidade humana, a exemplo do MAIS IDH,  que envolve as políticas públicas de que necessitam os 30 municípios maranhenses com baixíssima condição humana; e tantos outros, já em plena implementação pelo governo, devem ser aprimorados a partir dos interesses da comunidade envolvida, evitando, assim, a tradicional regra vertical clientelista do interesse do político que se diz representante do povo da região e, desse modo, insiste em não colaborar para que o povo não saia do atraso social e político em que ainda se encontra.
 
Aprofundar a radicalidade política, o que significa dizer, dentre muitas outras coisas, que não deva interessar ao governo o aproveitamento de nenhum 'quadro' do velho regime na atual gestão e, quanto a futuras alianças para 2016, o governador Flávio Dino deve incentivar as camadas da juventude maranhense, identificadas com os novos ideais políticos e administrativos, agora sob o seu comando, a entrarem para a política, o que significará o começo do fim das reminiscências metodológicas do fazer política nos mais longínquos  recônditos do Maranhão e, assim, haveremos de ter mais Maranhão para os maranhenses, e os nossos conterrâneos, espalhados pelo Brasil inteiro, a exemplo do Dr. Paulo Gomes, possam encontrar as respostas às suas [e nossas] justas indagações.
 
#Petrônio Alves
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3 comentários:

Unknown disse...

Achei o texto ótimo,bem escrito e um tanto saudosista,o que é salutar. A política e os políticos do Maranhão,desanima a todos,e os "novos" são iguais aos velhos,ou seja,ta difícil!! O que fazer? Eis a questão. Boa sorte. Amon jessen

Petrônio Alves disse...

Obrigado pelo elogio, caro e distinto Amigo Amon Jesse. Tens muita razão na parte final do teu comentário. O desafio continua: temos que definhar as velhas práticas políticas, inaugurando uma ideia de um começo diferente.
Grande Abraço, mais do que querido e dileto Amigo!!

Teresa guterres disse...

Aprofundar a radicalidade política, eis a grande contradição do seu artigo, por sinal muito bem escrito,para uma de democracia presidencialista,onde ninguém governa sem as alianças necessárias com os diversos setores da sociedade. E aliás sem aproveitar a experiência dos quadros efetivos do estado, como tocar a rotina da administração pública? Vc. sugere demissão em massa ou deixar todo esse povo recebendo salário sem trabalhar?

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